quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Volta às escolas


Neste final de Outubro, a JSD Concelhia de Santa Maria da Feira irá percorrer as três escolas Secundárias do nosso Concelho. Ir ao encontro dos jovens, dar a conhecer o projecto concelhio e aproximar os jovens da política são os objectivos desta iniciativa.

A Escola Secundária Coelho e Castro, em Fiães, foi a primeira visada da iniciativa e onde a Jota encontrou plena receptividade. Amanhã, a deslocação será ao Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas, sendo a Escola Secundária de Santa Maria da Feira a última paragem, agendada para o início da próxima semana.

A mensagem global é partilhada por este Núcleo: a Jota precisa e existe pelos jovens.

Estamos à tua espera!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Nova Política

Défice, desemprego, crise económica, austeridade, são as palavras mais ouvidas nos últimos dias, semanas, meses e até anos (!), e são essas mesmas palavras que descrevem melhor a realidade da sociedade portuguesa, sobretudo a realidade mental.

Sócrates foi e é arrogante, tentando esconder os sucessivos erros de gestão da crise e do próprio país, com políticas de austeridade tardias e praticamente impostas e indiscutíveis que não dão margem de manobra aos partidos da oposição para alterarem as mesmas políticas. Repare-se na estratégia: Sócrates quer fazer um orçamento de estado para agradar à UE, Alemanha, ao seu Governo, ao seu partido político e aos demais associados, quer sejam “boys” quer sejam os “lobbys” (construção civil, grupos monopolistas económicos, consultorias, etc) ou seja, poucos ou ninguém acreditam que o Governo socialista tenha verdadeiro sentido de dever total, em que a população e o país estejam a frente de tudo e de todos. Acredito que governe para melhorar o país, mas esse caminho é sempre longo, pois antes é preciso agradar a interesses e pessoas.

A verdadeira questão é que desde que tenho consciência política e cívica suficientemente madura (a partir do 1º Governo de Guterres) que vejo a falta de sentido de dever total, quer sejam governos PS (Guterres e Sócrates) quer sejam governos PSD (Durão Barroso, Santana Lopes) todos foram governos incapazes de modernizar e reformular o Estado (Social), de definir políticas concretas para a Saúde, Educação, Agricultura, Pescas e Ordenamento do Território, entre outros, e essa falta de coragem/capacidade aliado a “tradição” de despesismo e favorecimento de grupos económicos maiores, outros “lobbys” e “boys” trouxeram Portugal até ao Estado de hoje. Repito, não foi um governo, foram todos.
Para se chegar ao topo da pirâmide é preciso (na maior parte das vezes) começar pela base: a base serão as Juntas de Freguesias, Câmaras Municipais e Institutos. E como no topo, os vícios políticos estão instalados, onde o favorecimento, tráfico de influências, desvio de verbas, despesismo, gastos sem sentido ou projectos, obras e políticas erradas se acumulam contribuindo para a situação actual e para a perda de confiança dos portugueses nos políticos em geral.

Convém referir que não nego a obra das instituições já referidas, do desenvolvimento ocorrido nas últimas décadas a todos os níveis, é notável e deve ser reconhecido, mas a verdade está aí. A geração política que gere o país (a todos os níveis) é na sua maioria da “escola” das décadas de 80 e 90, onde os fundos da UE abundavam e onde pouca imaginação foi utilizada para usar os mesmos fundos. E é aí que se deve mudar as coisas, toda a classe política deve ser renovada, não há e não pode haver insubstituíveis, deve ser eliminada muita da política actual que não tem um sentido social total, devendo-se apenas trabalhar para o cidadão e para a sociedade e esquecer as intrigas, politiquices, associações duvidosas, falta de crítica e auto-critica, deve-se esquecer o partido como se este fosse uma praxe, onde o silêncio e concordância imperam.

Um bom sinal da mudança política seria a responsabilização das pessoas eleitas para todos os cargos públicos, em que todo o mandato seria escrutinado para se saber se a gestão tinha sido correcta, sem desperdício de fundos, desvio de verbas ou a escolha de projectos/políticas. A acontecer ilegalidades estas deviam acarretar sanções, desde a reposição de verbas até à impossibilidade de voltar a exercer um cargo público.

Concluindo, tudo se resume a questão de mentalidades, que têm que ser alteradas, tarefa que deve partir de cada um, mas que pode ser influenciada pela sociedade e nomeadamente pela juventude, política ou apolítica, associativa ou não, juventude que costuma ser o guardião da irreverência, da utopia e do idílico e sobretudo ser o móbil principal para tentar fazer um mundo melhor.

Marcos Correia

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Apertar o cinto

Dada a delicada situação económico–financeira de Portugal, as medidas de austeridade que o governo quer implantar para o país, só vai prejudicar ainda mais a já débil situação económica das nossas famílias. Não me refiro apenas às famílias mais carenciadas mas a todas as famílias que habitam em Portugal. Como não posso deixar de referir será mais uma vez a função pública a mais prejudicada com estas medidas, pois certos “responsáveis” acham ser de grande importância de forma a salvar Portugal de uma recessão sem termo.

Então pergunto, será que com os cortes em 5 % aos nossos funcionários públicos, com o aumento do IVA de 21 % para 23 %, com o término dos escalões 4º e 5º do abono, com o despedimento dos funcionários a contracto e com a não contratação, e por fim com a redução da comparticipação de alguns medicamentos de forma a reduzir a despesa pública?!

A meu ver e de outros conhecedores deste assunto estas medidas reduzem o nosso poder de compra e poupança, duas situações que todos sabem criam a riqueza de um país. Tudo isso pode acontecer num país tão pequeno como o nosso, porque não há sentido humano por parte dos que elegemos para nos representar.

Todas essas medidas atingem a classe trabalhadora, que com baixos rendimentos já lutam diariamente para não se “afundarem” em mais dívidas, tendo agora de apertar ainda mais o cinto.

É repugnante quando no lado oposto vemos empresas, instituições e organismos públicos a gastar o dinheiro dos contribuintes em investimentos/gastos fúteis como automóveis, viagens, ajudas de custo, etc.

Como sabem que o Português consente e cala-se, continuam a “jogar” com a nossa sobrevivência, pois é mesmo isso, sobrevivência e é algo que não podem continuamente a exigir-nos.




Óscar Pinto

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Cem anos de República

Até 5 de Outubro de 1910, Portugal era uma Monarquia Constitucional, ou Parlamentar, o que pressupõe um monarca como chefe do Estado, mas também a existência de uma Constituição que limita os seus poderes. A esta data, a Monarquia Portuguesa encontrava-se debilitada pelo ultimato inglês de 1890 e pelo regicídio de 1908. A situação era precária e o clima de revolta. Os gastos da família real, a instabilidade política e social, o poderio da Igreja Católica e a dificuldade de Portugal em evoluir e se adaptar à modernidade debilitaram ainda mais a Monarquia e granjearam muitos adeptos ao Partido Republicano Português (PRP). Aproveitando este clima, o PRP levou a cabo a tão iminente revolta e conseguiu implantar a sua República, que se apresentava como a única via capaz de devolver ao país o prestígio perdido e iniciar o desenvolvimento português.

A 3 de Outubro estalou a revolta republicana. Apesar do inicial prenúncio de derrota, a persistência republicana de Machado dos Santos, a incapacidade de resposta do Governo, a sublevação das Forças Armadas e o apoio popular levaram ao triunfo do PRP. Assim, a 5 de Outubro de 1910, era proclamada, por José Relvas, a República Portuguesa, na varanda da Câmara Municipal de Lisboa.

“Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de História. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo. [...] Não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiramente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a república.”
Jornal O Mundo, 5 de Outubro de 1910

A República Portuguesa, que hoje completa 100 anos, surgiu da revolta, da insatisfação, do inconformismo. É a história escrita por Cândido dos Reis, José Relvas, Miguel Bombarda, João Chagas, Machado dos Santos ou Teófilo Braga. Deu-se em inícios de Outubro de 1910, mas iniciou-se quase duas décadas antes, na tentativa de 31 de Janeiro de 1981, no Porto. Fala-nos de um povo que não se contentou com os males que lhe impuseram e que, décadas mais tarde, voltaria a não se calar quando privado de liberdade.

Sara Ferreira