terça-feira, 25 de outubro de 2011

Linha do Vouga

Não concordo com o encerramento da linha ferroviária do Vouga, carreira que é (ou era?) carinhosamente alcunhada de "Vouguinha" pelas gentes feirenses e não só.

Inaugurada no início do século XX, com uma extensão inicial de 140 km, de Espinho a Viseu, a linha do Vouga chegou ao presente com um trajecto de 60 km, entre Espinho e Sernada do Vouga (concelho de Águeda), tendo transportado no ano de 2010, 610 mil passageiros, com a CP, no entanto, a ter prejuízo com a linha no valor de alguns milhões, sendo esses mesmos prejuízos o motivo para se encerrar a linha, mesmo que esta seja uma gota no mar de prejuízos de 2010 da CP, 195 milhões de euros, e uma gota no oceano da dívida sua dívida, que tem o valor actual de 3 796 000 000 (ver link).

Mas o problema é mais profundo do que "simples" dívidas e passivos. O problema é de falta de estratégia, falta de visão, de favorecimento de políticas de betão, do incentivo ao consumo desmesurado do automóvel e à sua cultura inerente.
O Vouguinha poderia ser uma alternativa aos milhares de carros que entopem diariamente de manhã e ao fim da tarde a N227 no troço Feira - São João da Madeira, podia ser uma alternativa à linha do Norto entre Ovar e Aveiro, podia ser ao fim-de-semana uma óptima fonte de turistas. Podia ser muita coisa.

Mas não é, sobretudo devido à visão e ao interesse no transporte rodoviário, que vem crescendo exponencialmente, em detrimento da rede ferroviária que tem vindo a diminuir desde o governo de Cavaco, resultado de políticas e estratégias concentradas unicamente no transporte individual, a longo prazo mais caro e muito menos sustentável.
As Auto-estradas, SCUTS e ex-Scuts que proliferam o litoral são importantes, mas já são em demasia, ainda por cima quando há alternativas como os caminhos de ferro.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vamos dar um voto à responsabilização?!

Hoje em dia, estamos a viver uma conjuntura económica muito pouco favorável para toda a população portuguesa e torna-se visível a dificuldade que as famílias enfrentam. Consecutivamente, existem filhos a presenciar as perdas dos seus pais, como a sua única fonte de rendimento, e eles próprios questionam o seu futuro, já hipotecado. Estes, os jovens, estão a formar-se, mas ao mesmo tempo, é-lhes incutido o espírito de derrota, de falhanço, de desespero, de não conseguir vingar no mercado de trabalho.

Este país está assim muito por culpa nossa. Porque queremos nós continuar a eleger governantes que não têm noção do sacrifício que os portugueses têm de fazer para minimizar os seus próprios erros?!

Ainda agora, na Madeira, elegeu-se um governante que, sozinho, conseguiu um desvio orçamental de 1mil milhões de euros e que, para seu benefício, foi eleito com maioria absoluta, mas no entanto, um castigo para todos nós. Porquê continuarmos a baixar a cabeça e não pedir satisfações?! É simplesmente o nosso (funcionários públicos) subsídio de Natal…

Que responsabilização é essa que tem o nosso “Representante”? Que direito é esse que ajuda a comprometer e hipotecar todas as gerações futuras? Eles não recebem mensalmente uma remuneração para gerir o seu orçamento ao longo do ano?! Se eles não fazem o seu trabalho, porque não serem punidos?!

Todas estas manifestações que ocorreram no dia 15 de Outubro, deviam ter sido realizadas há um mês atrás… Não com o intuito de nos queixarmos deste governo, que apenas está a tentar remediar todos os erros que incorremos nas governações anteriores, mas para proibirmos pessoas como o Presidente da Madeira a se recandidatarem.

Graças a muitos erros e a um desvio orçamental de 3mil milhões de euros, todas as pessoas que trabalham para o Estado ou que dependem dele (pensionistas) vão ter que (re)fazer o seu orçamento de 2012 sem o subsídio de Férias e de Natal. (E não faltará muito até chegar ao sector privado.)

Somos os colaboradores/funcionários que apresentam uma das taxas de produtividade mais baixas na Europa e, consecutivamente o sector privado, para baixar o valor da mão-de-obra, vai ter de trabalhar mais 30 minutos por dia, isto se a empresa pretender.

Temos que ter em, muita, consideração e prestar demasiada atenção aos sentimentos dos nossos colaboradores que já se apresentam desanimados o que pode conduzir a uma “greve de zelo”. Se fosse empregadora juntaria todo o meu capital intelectual (colaboradores) e negociaria com eles. Eles iriam trabalhar mais 30minutos/dia, mas 50% dos meus lucros, derivados desse aumento de trabalho, iriam ser distribuídos por eles. Já não estariam a trabalhar sem nada receber e passariam a estar motivados para atingirmos o mesmo objectivo final. É este envolvimento que precisamos entre os patrões e os seus colaboradores.

Neste Orçamento para 2012, vimos também a subida do IVA para 23% de alguns produtos e para a área da restauração. É necessário estar atento relativamente à subida dos impostos que vão compensar a subida da fuga aos mesmos, isto é, a população paga até um certo limite e quando vê que passa o exagero começa a fugir.

Observamos, também, um corte nas deduções da saúde, educação, dos juros dos empréstimos de habitação para os escalões cujo rendimento seja acima dos 66.000€ anuais, e agora pergunto: Vamos voltar à fase “Quer com ou sem factura?”.

Uma coisa é certa, se não quisermos que isto se repita na geração dos nossos netos, há que prestar muita atenção, mas mais do que isso, temos que ser rigorosos e exigentes com aqueles que geram o nosso dinheiro e responsabilizar os nossos Governantes pelos seus erros, caso contrário estas medidas extraordinárias passarão para ordinárias.

Sara Ferreira

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Visita à Cerci


No passado dia 3 de Outubro, o núcleo deslocou-se às instalações da Cerci Feira para conhecer a instituição e as suas funções, objectivos, problemas e a realidade do seu dia a dia.

A acção da Cerci Feira divide-se em sete valências:
- Centro de actividades excepcionais;
- Serviço de apoio ao domicílio;
- Escola de ensino especial;
- Rendimento social de inserção;
- Formação professional;
- Lar residencial;
- ATL – Sonho de criança:
 A formação profissional e o lar de idosos estão localizados em Milheirós de Poiares, enquanto as restantes valência têm lugar na Feira.

As suas fontes de rendimento provêm de fontes públicas e privadas, a nível nacional e local, embora estas sejam ainda insuficientes face a alguns objectivos que a Cerci Feira se propõe, como a instalação de um elevador na sede, uma nova carrinha adaptada ou a remodelação das instalações sanitárias.

É um breve resumo que não faz jus ao enorme trabalho que esta instituição pratica no seu dia a dia, ajudando as pessoas que por vezes são as mais esquecidas, e lutando pela integração das mesmas, na sociedade, e em casos mais difíceis no "simples" dia a dia.
Em nome da JSD Feira, um muito obrigado.

A Comissão Política

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Professor Baltazar

No passado dia 26 de Agosto, vítima de doença prolongada, deixou-nos Baltazar da Silva Oliveira, o que me leva a esta tardia, mas merecida homenagem ao grande homem, feirense e artista que foi o Professor Baltazar. Através das minhas palavras, a JSD deixa o seu muito obrigado àquele que foi um grande impulsionador da juventude.

Durante toda a minha vida, recordo-me de um homem magro, de média-estatura, cabelo e barba grisalhos que podia ser visto por toda a cidade: na escola em que leccionou, nas associações que tanto ajudou, nas tertúlias com os amigos no Renascer ou pelas ruas da Feira. Dos cenários infantis com a sua assinatura, aos vários monumentos espalhados pela cidade, o Professor Baltazar era um vulto incontornável da comunidade feirense.
A sua herança artística estende-se a várias freguesias do nosso Concelho – como o Monumento ao Ciclista em São João de Ver – e a muitos outros locais do nosso país – como o Monumento ao Sapateiro, em São João da Madeira, e o Monumento aos Bombeiros, em Pombal. Contudo, a honra do maior traço da sua obra coube, não à terra que o viu nascer, mas sim à cidade que teve a triste sorte de o ver partir – a cidade da Feira. Aqui, deixa um traço indelével na paisagem urbana e uma ainda maior marca humana nas várias associações, para as quais a sua porta sempre esteve aberta.

A “dívida” das gentes feirenses para com o Professor Baltazar nunca será devidamente saldada, ainda assim, fica aqui o meu agradecimento, que muitas vezes actuei, em saraus do infantário e da escola primária, à frente dos seus cenários e tive até a sorte de esculpir uma medalha sob a sua orientação. Hoje, já crescida, constato que o Professor nos deixou o melhor presente que podia: o seu talento materializado nas ruas da cidade, como o Monumento da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue ou o Monumento da Cerci-Feira e que garante que o carismático professor Baltazar possa “viver” para sempre, talvez até um dia dando o nome a uma das ruas da cidade que tão bem serviu.
Joana Ribas