No passado dia 26 de Agosto, vítima de doença prolongada, deixou-nos Baltazar da Silva Oliveira, o que me leva a esta tardia, mas merecida homenagem ao grande homem, feirense e artista que foi o Professor Baltazar. Através das minhas palavras, a JSD deixa o seu muito obrigado àquele que foi um grande impulsionador da juventude.
Durante toda a minha vida, recordo-me de um homem magro, de média-estatura, cabelo e barba grisalhos que podia ser visto por toda a cidade: na escola em que leccionou, nas associações que tanto ajudou, nas tertúlias com os amigos no Renascer ou pelas ruas da Feira. Dos cenários infantis com a sua assinatura, aos vários monumentos espalhados pela cidade, o Professor Baltazar era um vulto incontornável da comunidade feirense.
A sua herança artística estende-se a várias freguesias do nosso Concelho – como o Monumento ao Ciclista em São João de Ver – e a muitos outros locais do nosso país – como o Monumento ao Sapateiro, em São João da Madeira, e o Monumento aos Bombeiros, em Pombal. Contudo, a honra do maior traço da sua obra coube, não à terra que o viu nascer, mas sim à cidade que teve a triste sorte de o ver partir – a cidade da Feira. Aqui, deixa um traço indelével na paisagem urbana e uma ainda maior marca humana nas várias associações, para as quais a sua porta sempre esteve aberta.
A “dívida” das gentes feirenses para com o Professor Baltazar nunca será devidamente saldada, ainda assim, fica aqui o meu agradecimento, que muitas vezes actuei, em saraus do infantário e da escola primária, à frente dos seus cenários e tive até a sorte de esculpir uma medalha sob a sua orientação. Hoje, já crescida, constato que o Professor nos deixou o melhor presente que podia: o seu talento materializado nas ruas da cidade, como o Monumento da Associação dos Dadores Benévolos de Sangue ou o Monumento da Cerci-Feira e que garante que o carismático professor Baltazar possa “viver” para sempre, talvez até um dia dando o nome a uma das ruas da cidade que tão bem serviu.
Joana Ribas
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