segunda-feira, 7 de maio de 2012

IV Fórum da Juventude - JSD de Santa Maria da Feira discute o Desenvolvimento Económico Concelhio

A JSD, Núcleo Residencial de Santa Maria da Feira promoveu no dia 21 de Abril, no salão da Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira o IV Fórum da Juventude, subordinado ao tema “Paradigma do Desenvolvimento Económico Concelhio”. Este acontecimento teve o objectivo de, nas palavras de moderadora, Suzana Cavaco, docente universitária na Faculdade de Economia do Porto, perspectivar o futuro económico do concelho, através da contribuição de actores centrais neste domínio, da sociedade civil e das forças políticas actuantes no concelho.
O debate iniciou-se com uma contextualização economico-social do Município. Através de demonstração estatística, ficou patente a perda de postos de trabalho no ramo industrial nos últimos vinte anos.
Foi este o ponto de partida de intervenção de Celestino Portela, vereador da Câmara Municipal da Feira. Afirmando que Santa Maria da Feira se bate, no presente, com problemas de empregabilidade e sobre-endividamento das famílias, sugeriu uma mudança de paradigma assente na inovação e na diversificação e diferenciação do tecido empresarial, que se baseia nos sectores da cortiça e calçado. Para o efeito, explanou a estratégia da Câmara Municipal no que ao desenvolvimento económico diz respeito. Esta passa pela captação de investimento, reordenamento do território, aposta em investigação e desenvolvimento e apoio a ideias inovadoras, através de três eixos de intervenção: Base agrícola, Base tecnológica e industrial e Base social.
O contributo das indústrias creativas para o desenvolvimento económico foi o objecto da intervenção de Amadeu Albergaria, deputado à Assembleia da República por Aveiro. -Invocando o seu passado na vereação com o pelouro da cultura, lembrou que a aposta nesta àrea advém de uma opção política, que pode contribuir para a coesão social e criação de emprego. Fez notar que dezasseis mil pessoas trabalham já neste sector, que cria riqueza através da propriedade intelectual. Por outro lado, alertou para os perigos a que a cultura está sujeita, como a falta de massa crítica. Quanto ao Concelho, é clara a aposta nas indústrias criativas.
Inteligência competitiva foi o tópico trazido por Jaime Quesado, gestor do Programa Operacional para a Sociedade de Informação e especialista em Estratégia, Competitividade e Desenvolvimento. A sua exposição assentou em cinco vectores: Redes de colaboração entre os sectores de actividade e dentro de cada sector, bem como entre municípios; Competitividade em colaboração, estreitando a ligação do tecido empresarial à inovação e financiamento, e promovendo pólos de competitividade, como clusters regionais; intervenção quanto aos processos de intermediação, por forma a captar investimento estrangeiro, envolvendo as empresas multinacionais em projectos nacionais; Gestão dinâmica de fluxos, que no nosso caso se traduz na geração de valor por parte dos programas culturais; Marketing Municipal, como necessidade de criação de uma imagem forte para o Concelho; Valor partilhado, que prescreve que os municípios, empresas, universidades sejam capazes de produzir valor socialmente útil.
João Rui Ferreira, presidente da APCOR, analisou a importância do sector da cortiça no Concelho. Para além de estar na vanguarda da Economia Verde, a cortiça faz de Portugal líder mundial na sua produção e representa 13% das nossas exportações. As suas apostas em investigação e desenvolvimento traduziram-se numa diversificação das aplicações em cortiça. Por último, o seu maior trunfo será a imagem que tem junto do consumidor, que facilmente associa a cortiça a qualidade.
Segui-se uma fase de debate com intervenção dos presentes, que permitiu problematizar várias questões. Destacam-se a indicação, por parte de Celestino Portela, de factores se vantagem competitiva do Concelho, como a localização, a sua vocação industrial e proximidade a Universidades. Na linha da sua exposição, Jaime Quesado referiu que a lógica intermunicipal é fundamental para captar investimento. Amadeu Albergaria defendeu que a aposta nas industrias culturais e criativas não está espartilhada pelos tempos de lazer, e que projectos como a Caixa de Artes só fazem sentido se funcionarem em rede. João Rui Ferreira disse, por último, que sempre que o sector da cortiça crescer, irá fazer crescer o Concelho.
O Núcleo Residencial da Jsd da Feira agradece a todos os presentes a sua participação, esperando ter contribuído para o aprofundado da temática.

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