segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Egoísmo

 A Europa está doente, a falta de alternativas e ideias esta a ganhar terreno e a força de vontade que nos uniu está a desvanecer-se por entre as encruzilhadas do novo mundo.
 Entre as doenças conhecidas existem as curáveis e todas as outras que não merecem sequer que se escreva acerca delas, dado o carácter de irreversibilidade que as torna tão pesadas e frias.
 A doença diagnosticada à Europa encontra-se no grupo das doenças curáveis, carecendo “apenas” de tomar os devidos medicamentos. O primeiro receituário indicava que as economias mais débeis tinham que reduzir os seus défices e melhorar a sua produtividade, tendo como objectivo nivelar todos os níveis de endividamento e competitividade da União Europeia, ao fim de aproximadamente dois anos de austeridade continuamos mergulhados numa crise, a enfermidade mantém-se e como qualquer doença comum que não seja combatida, esta só vai ganhando terreno.
 As formas pensadas para resolver a crise, têm sido sempre sobre o ponto de vista de culpabilização das economias mais fracas, e pelos caminhos seguidos para atingirem os níveis de desenvolvimento desejado, acabando estas formas por agudizar a crise europeia, além de criar divisões no seio da União.
 Na minha opinião de leigo e não médico, pensando na Europa como um doente e os seus países como os diversos órgãos que o compõem, não podemos curar-nos enquanto pensarmos órgão a órgão, temos que pensar na Europa como um todo e combater a crise não no interesse dos Franceses ou dos Alemães mas no interesse de todos, no interesse dos cidadãos da União Europeia.
 Este pensamento individualista, patente nos Estados Europeus já devia ter aprendido com a história que a sua prossecução só nos pode levar ao colapso.
 A verdade é que Portugal desde a sua entrada na Comunidade Económica Europeia, se foi endividando, entendendo-se por um lado, que houve a necessidade de estimular e relançar a economia através da obras públicas, o que não se percebe é que isso tenha sido feito sem ter em conta a utilidade/benefício e a oneração das gerações futuras.
 Temos um novo governo, uma nova oportunidade que não podemos desperdiçar, o tempo é de olhar para o futuro abdicando das guerras do passado, se queremos marcar a diferença temos que pôr as cores partidárias de lado e a uma só voz, repôr a ordem nas contas públicas e estimular o que de bom têm os portugueses, colocando o país no centro dos olhares de todo o mundo, não como mais um em risco de incumprimento mas um case study de recuperação e crescimento económico.
 Apesar de termos que internamente encetar o caminho de uma cura definitiva, sem uma Europa a falar em uníssono nenhum país terá sucesso e quem irá sofrer são os cidadãos Europeus.
 Basta de egoísmos nacionalistas, estes só nos conduzem a um resultado, desintegração e colapso financeiro a nível mundial, dado que uma desintegração da zona euro não é a falência do Lehman Brothers, os efeitos seriam catastróficos.
 Vamos curar-nos enquanto essa possibilidade ainda existe.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Participação Cívica: Política

“O Homem é uma animal social e político por natureza. O Homem que não necessita de viver em sociedade, ou é um Deus ou uma Besta.” Esta afirmação pertence a Aristóteles, para quem a Política é a ciência suprema, da qual todas as outras se servem. A tarefa da Política é investigar qual a melhor forma de governo e instituições capazes de garantir a felicidade colectiva.

Decorre do pensamento político do Estagirita a concepção moderna de bem comum: os indivíduos não se associam somente para viver, mas para viver bem. E ninguém pode garantir o seu próprio bem sem a família e sem alguma forma de governo. Daí que, voltando à afirmação inicial, o Estado se afigure enquanto uma necessidade humana.

O conceito de participação política tem o seu significado fortemente vinculado à conquista dos direitos de cidadania. Nomeadamente, à extensão dos direitos políticos aos cidadãos adultos. Assim, no nosso ordenamento constitucional podemos encontrar, enquanto Direitos, Liberdades e Garantias, o direito de participação na vida pública, o direito de sufrágio e o direito de acesso a cargos públicos.

Segundo Norberto Bobbio, e tomando por base o ideal democrático, podem ser definidos três níveis de participação política:

  • Presença – forma menos intensa se participação. Engloba comportamentos passivos, como seja a mera participação em reuniões, ou receptivos, como a exposição a mensagens e a propaganda políticas.
  • Activação – relacionada com actividades voluntárias que os indivíduos desenvolvem dentro ou fora de uma organização política, podendo abranger participação em campanhas eleitorais, propaganda e militância partidária, além de participação em manifestações públicas.
  • Decisão – indivíduo contribui directa ou indirectamente para uma decisão política, elegendo um representante político (delegação de poderes) ou candidatando-se a um cargo governamental (legislativo ou executivo).

A forma tradicional de participação política passa pela militância partidária. No entanto, fruto da crescente complexidade social e alavancadas pela evolução tecnológica, novas formas têm surgido: associações cívicas, plataformas sociais de reivindicação (petições online), espaços de debate/opinião (blogosfera, redes sócias). Também a constante actualização dos meios de comunicação permite obter informação e emitir uma opinião em tempo real.

Este turbilhão participativo tem contribuído, de facto, para a abertura do meio político à sociedade, permitindo maior transparência e avaliação política “em directo”. Dá também aos cidadãos a sensação de envolvimento activo na vida política do seu país.

E é precisamente por este lado que os partidos políticos têm perdido o seu espaço na sociedade. O seu papel de referente ideológico, que informa e fundamenta as opiniões, opções e decisões políticas, não deve ser esquecido. Será esse o tema em reflexão no próximo contributo.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Os efeitos económicos do 11 de Setembro

Os atentados terroristas do dia 11 de Setembro de 2001, que completaram dez anos neste domingo, agravaram os efeitos do “estouro da bolha” que já vinha sendo sentido pela economia mundial no final de 2000 e princípio de 2001.
Na época, a economia americana, considerada o motor da economia mundial, já vinha num processo de desaceleração por conta das perdas acumuladas pelas Bolsas, especialmente a Nasdaq, que reúne os papéis do sector da tecnologia.
O atentado foi o grande acontecimento recente na economia mundial, tendo em vista que os impactos gerados são de grandes proporções, o que deverá condicionar grande parte das acções de política económica no mundo ainda nos próximos anos.
As perspectivas de uma desaceleração mais acentuada da economia global, intensificaram-se de forma substancial com ataques terroristas. O mercado internacional sofreu uma retracção de recursos disponíveis, o que gerou diversas acções dos Bancos Centrais espalhados pelo mundo, visando garantir liquidez no mercado e evitar uma crise de maiores proporções.
Os actos de terrorismos afectam sempre as actividades económicas Mundiais mas isso torna-se ainda mais visíveis quando o lesado é uma das maiores potências mundiais
Muitos consideram que a historia da humanidade pode ser dividida entre o antes e o depois dos atentados de 11 de Setembro. Uma coisa é certa o mundo mudou para pior depois do atentado, países como a Itália, Espanha, Portugal e Grécia, entraram numa grave crise financeira como reflexo de tudo o que ocorreu após os atentados. As pessoas estão mais intolerantes e a militarização dos países, parecido com o que ocorreu durante a guerra Fria, não foi benéfica para ninguém.

Óscar Pinto

terça-feira, 6 de setembro de 2011

De volta ao trabalho

O núcleo da JSD da freguesia da Feira regressa ao trabalho, com mais vontade, com mais sacrifício, com mais ideias, tudo em prol da nossa freguesia, do nosso concelho, da nossa sociedade, sempre com os nossos ideais e valores bem definidos. Tentaremos como já tentamos, romper com o inconveniente estabelecido, tentaremos como já tentamos, mudar os vícios do passado, tentaremos fazer e trazer uma nova forma de fazer política, almejando sempre o interesse colectivo, as pessoas, e nunca os nossos interesses individuais.


O caminho vai ser mais uma vez longo, e árduo e como pode ser visto a num nível mais acima em que a visão da social-democracia actual é constantemente atacada, e atacada muitas vezes por pessoas que nos trouxeram a este nosso "lugar" de agora, de crise, de falta de confiança, de dívida. Mas nós enquanto núcleo não vamos desanimar porque simplesmente escolhemos trabalhar. "Escolhemos este momento para agir de uma vez por todas..."

 

 Palavras do 1º Ministro Pedro Passos Coelho, em Castelo de Vide, a 4 de Setembro de 2011 (via Portugal dos Pequeninos)

«Fizemos escolhas que foram impostas em grande medida pelas circunstâncias que nos foram dadas. Por exemplo, não escolhemos uma deficiente execução orçamental que, por sua vez, nos levou a aumentar impostos. Também não escolhemos níveis assustadores de endividamento público e privado que nos obrigaram a iniciar um processo rápido de desalavancagem. Não escolhemos os efeitos acumulados de escolhas que durante anos e anos não foram feitas. Não escolhemos os resultados hoje bem evidentes de sucessivos adiamentos. Agora é preciso dizer: nós escolhemos não adiar mais. Quero dizer-vos que não podemos mais aceitar a arrogância da nossa política, que constrói castelos no ar feitos de leis altissonantes, de instituições distantes e de belos princípios, para do alto das nuvens poder olhar para as casernas sombrias onde as pessoas vivem. A política tem de estar ao serviço das pessoas, tal como as leis têm de estar ao serviço da sociedade. E que princípios são esses que multiplicam os pretextos para irmos perdendo mais e mais oportunidades? Escolhemos este momento para agir de uma vez por todas sobre os nossos desequilíbrios financeiros, sobre o nosso endividamento, sobre os nossos bloqueios económicos, sobre as insuficiências da nossa educação, sobre a lentidão da nossa justiça, sobre as ineficiências nos serviços estatais, sobre os nossos imobilismos e desigualdades sociais, sobre as assimetrias regionais. Este é o momento para o fazer. Escolhemos converter estas terríveis circunstâncias numa grande oportunidade. E essa escolha é nossa.»

Marcos Correia