Hoje em dia, estamos a viver uma conjuntura económica muito pouco favorável para toda a população portuguesa e torna-se visível a dificuldade que as famílias enfrentam. Consecutivamente, existem filhos a presenciar as perdas dos seus pais, como a sua única fonte de rendimento, e eles próprios questionam o seu futuro, já hipotecado. Estes, os jovens, estão a formar-se, mas ao mesmo tempo, é-lhes incutido o espírito de derrota, de falhanço, de desespero, de não conseguir vingar no mercado de trabalho.
Este país está assim muito por culpa nossa. Porque queremos nós continuar a eleger governantes que não têm noção do sacrifício que os portugueses têm de fazer para minimizar os seus próprios erros?!
Ainda agora, na Madeira, elegeu-se um governante que, sozinho, conseguiu um desvio orçamental de 1mil milhões de euros e que, para seu benefício, foi eleito com maioria absoluta, mas no entanto, um castigo para todos nós. Porquê continuarmos a baixar a cabeça e não pedir satisfações?! É simplesmente o nosso (funcionários públicos) subsídio de Natal…
Que responsabilização é essa que tem o nosso “Representante”? Que direito é esse que ajuda a comprometer e hipotecar todas as gerações futuras? Eles não recebem mensalmente uma remuneração para gerir o seu orçamento ao longo do ano?! Se eles não fazem o seu trabalho, porque não serem punidos?!
Todas estas manifestações que ocorreram no dia 15 de Outubro, deviam ter sido realizadas há um mês atrás… Não com o intuito de nos queixarmos deste governo, que apenas está a tentar remediar todos os erros que incorremos nas governações anteriores, mas para proibirmos pessoas como o Presidente da Madeira a se recandidatarem.
Graças a muitos erros e a um desvio orçamental de 3mil milhões de euros, todas as pessoas que trabalham para o Estado ou que dependem dele (pensionistas) vão ter que (re)fazer o seu orçamento de 2012 sem o subsídio de Férias e de Natal. (E não faltará muito até chegar ao sector privado.)
Somos os colaboradores/funcionários que apresentam uma das taxas de produtividade mais baixas na Europa e, consecutivamente o sector privado, para baixar o valor da mão-de-obra, vai ter de trabalhar mais 30 minutos por dia, isto se a empresa pretender.
Temos que ter em, muita, consideração e prestar demasiada atenção aos sentimentos dos nossos colaboradores que já se apresentam desanimados o que pode conduzir a uma “greve de zelo”. Se fosse empregadora juntaria todo o meu capital intelectual (colaboradores) e negociaria com eles. Eles iriam trabalhar mais 30minutos/dia, mas 50% dos meus lucros, derivados desse aumento de trabalho, iriam ser distribuídos por eles. Já não estariam a trabalhar sem nada receber e passariam a estar motivados para atingirmos o mesmo objectivo final. É este envolvimento que precisamos entre os patrões e os seus colaboradores.
Neste Orçamento para 2012, vimos também a subida do IVA para 23% de alguns produtos e para a área da restauração. É necessário estar atento relativamente à subida dos impostos que vão compensar a subida da fuga aos mesmos, isto é, a população paga até um certo limite e quando vê que passa o exagero começa a fugir.
Observamos, também, um corte nas deduções da saúde, educação, dos juros dos empréstimos de habitação para os escalões cujo rendimento seja acima dos 66.000€ anuais, e agora pergunto: Vamos voltar à fase “Quer com ou sem factura?”.
Uma coisa é certa, se não quisermos que isto se repita na geração dos nossos netos, há que prestar muita atenção, mas mais do que isso, temos que ser rigorosos e exigentes com aqueles que geram o nosso dinheiro e responsabilizar os nossos Governantes pelos seus erros, caso contrário estas medidas extraordinárias passarão para ordinárias.
Sara Ferreira